A Batalha
Entre as colinas da Columbeira, Roliça, Baraçais e Azambujeira-dos-Carros, deu-se a 17 de Agosto de 1808, uma combate entre uma divisão de Franceses de cerca de 4000 homens, entre os quais 250 de cavalaria, e o corpo expedicionário Britânico que tinha desembarcado, no princípio do mês na Foz do Mondego. As forças Britânicas contavam cerca de 14 000 soldados, com 200 Dragoons e eram apoiadas por 2 000 Portugueses (300 à cavalo).
Os Ingleses, liderados pelo general Wellesley, dirigiam-se para Lisboa seguindo o caminho da costa: do mar vinha o seu apoio logístico e estavam expectando o desembarque de outros 10 000 homens, de reforço. O general Francês, Delaborde, tinha por missão de atrasar os Britânicos, para dar à Junot o tempo de concentrar todas as suas forças, com vista a batalha decisiva.
Sir Arthur Wellesley resolveu não esperar os reforços e atacar rapidamente. O general Francês Delaborde, apesar da inferioridade numérica das suas forças, aceitou o confronto: tinha encontrado logo a sul da Roliça, uma excelente posição defensiva no sítio onde o caminho de Lisboa (hoje conhecido como Estrada Real) passava por entre colinas um tanto escarpadas. E ainda esperara à toda hora a chegada de reforços.
Numa primeira fase, durante toda a parte da manhã, os Britânicos avançaram, lentamente, de Óbidos para a Roliça. Enquanto duas colunas iniciavam uma manobra de torneamento pelas alas, o Centro Inglês avançava pela estrada principal, flanqueado a pouca distância por duas colunas. Estas, pouco a pouco, desalojavam os postos avançados inimigos colocados nas eminências.

Mas finalmente, quando os Ingleses chegaram na pequena eminência onde os Franceses eram supostos os esperar, estes tinham desaparecido: executando uma rápida manobra de retirada tinham recuado para uma posição bem forte, 1 km mais a Sul, nas colinas da Columbeira. Tinham conseguido atrasar os Britânicos e para estes todo estava para recomeçar.
O sinal da segunda fase foi dado por um bombardeamento mortífero das linhas Francesas em que o próprio Delaborde foi ferido. O general Wellesley repetiu a manobra de torneamento da parte da manhã, mandando o Centro fazer diversões entre as colinas enquanto duas colunas à esquerda e à direita tornavam a posição do inimigo.
Mas o 29º Regimento Britânico, muito avançado entre as linhas Francesas, foi fortemente abalado, e o seu chefe, o Tenente-coronel Lake, morto a tiro. É a muito custo que o regimento de apoio ao 29º conseguiu empurrar os Franceses e controlar o terreno.
A partir deste momento, a luta no centro generalizou-se, com um assalto simultâneo acesos às colinas.

Foi uma luta renhida, de parte e outra, em que os Franceses repetidamente carregavam a baioneta contra as linhas formadas pela Infantaria Inglesa logo que esta estava em posição favorável.
Contudo, pouco a pouco, os Britânicos ganhavam terreno no Centro; e simultaneamente avançava a ala esquerda Ingleses, que passando pelos Baraçais, ameaçava de contornar os Franceses. Às quatro horas da tarde, o general Delaborde ordenou a retirada. A pesar esta ser executada ordeiramente, com apoio da cavalaria, os Franceses tiveram de abandonar no campo da batalha 3 peças de artilharia – e cerca de 600 homens. As baixas Britânicas, a metade delas originadas no episódio do 29º regimento, foram da mesma ordem.
O ataque rápido a 17 de Agosto, antecipando a reunião das forças Francesas bem como o desembarque dos reforços Britânicos e o seu novo comando, foi uma decisão que se revelou feliz para o General Sir Arthur Wellesley: evitava assim os riscos da confrontação com uma força inimiga maior e ganhava prestígio pessoal antes de ser substituído.
Os combatentes Britânicos e o seu aliado Português também ganharam confiança antes do embate decisivo que devia acontecer seguir, no Vimeiro (Lourinhã) quatro dias mais tarde.